sábado, 28 de maio de 2011

O Retorno

Prezados amigos... Estive um pouco afastado desse blog. Por motivos diversos (desde à situações no meu colégio em Duque de Caxias, até a preguiça que me perseguia...rs) fiquei quase dois anos sem escrever nada. Mas, pretendo que isso mude. E por isso estou aqui. Para marcar esse retorno, escolhi postar uma música que conheci há pouco tempo, mas, que me impactou de um modo muito positivo. Primeiro pelo ritmo, que é super alegre e otimista (quem diria né???), e segundo pela letra que é de um otimismo e de uma esperança notáveis. É aquele tipo de música que deveríamos ouvir quando estivéssemos para baixo. Convido vocês a aproveitarem a música e deixem sua opinião se puderem... abraços à todos, e desculpem pelo afastamento.!

terça-feira, 23 de junho de 2009

Perseverança




Primeiro, quero pedir desculpas por ter demorado tanto em fazer outra postagem. O trabalho e a preguiça foram muito fortes.... rsrsrsrs. Dito isto, vamos ao assunto.





Escolhi o assunto para falar, ao assistir ao globo esporte. Era uma matéria sobre o Dunga, o técnico da Seleção Brasileira. As pessoas que me conhecem bem, sabem da minha admiração completa e total pela pessoa dele.

Sua trajetória no futebol funciona como uma parábola das dificuldades que encontramos ao longo de nossa vida e em como não devemos nos deixar abater por essas dificuldades.

Minha admiração por ele começou quando ele jogou na Seleção Brasileira Sub-20 de 1983, sendo companheiro de Bebeto, Geovani, Jorginho, etc. Era um timaço e sua dedicação e liderança já eram destaques. Depois de passar por Internacional, Corinthians e Santos, Dunga veio para o Vasco, meu time de coração. Ver Dunga vestindo a camisa do Vasco e jogando ao lado de Geovani, Romário e Roberto Dinamite foi algo indescritível. Nesse tempo, eu ainda frequentava o maracanã. Assisti vários jogos memoráveis. Assisti Dunga marcar implacavelmente à Zico, sem dar nenhum pontápé. Infelizmente, foi vendido ao Pisa antes do Vasco terminar o campeonato e ser campeão.

A partir daí, acompanhei sua carreira à distância, sempre com a mesma admiração. Até o ano de 1990.

Para os mais novos, que não percebem hoje em dia a pressão pela conquista de uma copa, é preciso contextualizar o momento. Em 1990, o Brasil estava há 20 anos sem ganhar uma copa, sendo que havia sido "roubado" em 1978, e havia perdido a de 1982 tendo o melhor time, e em 1986 sendo eliminado pela França nos pênaltis. Então havia uma mobilização nacional para que dessa vez, trouxessemos a copa. O ano de 1990 era um ano estranho... Primeiro ano do governo Collor, a poupança bloqueada, Nélson Mandela libertado depois de 28 anos preso, o Iraque invadiria o Kwait dando início a Guerra do Golfo, Lech Walessa foi eleito presidente da Polônia. Enfim, um ano estranho, com coisas boas e ruins... Assim era a Seleção Brasileira: nem boa, nem ruim. Sebastião Lazaroni era o técnico, muito combatido pelos paulistas, que queriam Telê Santana ou qualquer um que fosse paulista. Mas,Lazaroni tinha o cacife de ter sido tricampeão carioca ( 1986, pelo Flamengo, e 1987 e 1988 pelo Vasco). Nessa época, o futebol carioca ainda era um grande gerador de ótimos jogadores de futebol.

Então, fomos à Copa de 1990 na Itália com um time bom, com ótimos valores individuais, mas, que pecava no conjunto. A campanha foi decepcionante com pífias vitórias sobre Suécia, Costa Rica e Escócia. No jogo contra a Argentina pelas oitavas de final, fomos desclassificados em um jogo morno e sem graça, decidido por uma jogada individual de Maradona. Para deleite da imprensa paulista, o Brasil havia sido desclassificado e voltaria para casa. Então, os grandes culpados pelo fraco desempenho foram Dunga e Lazaroni. A implicância era tanta que decretaram o fim da "era Dunga". Como se o Dunga fosse o único a jogar naquele time... Talvez, o que mais incomodasse fosse o fato de que não havia nenhum jogador de times paulistas... aliás, os únicos jogadores oriundos de times paulistas eram 3: Muller, Careca e Silas.

Nada mais importava à mídia paulista, a não ser a de execrar e humilhar a atuação de Dunga no meio-campo brasileiro. Como se algum jogador de qualquer clube paulista naquela época pudesse ter mudado a história daquele jogo, ou daquela Copa.
Após a sua "era" Dunga atuou na Fiorentina, no Pescara e no Sttutgart. Continuou com sua tradicional instropecção e dedicação. Pelos clubes que passou foi admirado e querido, simbolizando dedicação e profissionalismo.
Durante 4 anos deve ter pensado inúmeras vezes em todos que o maltrataram e magoaram. Pode ser também que algumas vezes ele tenha ficado indeciso por sua competência, devido à constância como o citavam como símbolo de mau futebol. Mas, tudo isso deve ter sido posto de lado quando recebeu o chamado para integrar a Seleção Brasileira novamente. Em nenhum momento ele deve ter hesitado. Para Dunga, a Seleção Brasileira está acima de tudo.
Dunga retornou após a perda da Copa América de 1993, quando fomos eliminados pela Argentina. Sempre ela.
O caminho até a Copa de 1994 foi atribulado e complicado. Terminamos em primeiro lugar nas eliminatórias, mas, não foi fácil. Aos poucos, o time foi sendo definido, para tristeza dos paulistas... No comando, Parreira e Zagalo, dois cariocas. Em campo, 5 jogadores de clubes paulistas: Muller, Cafu, Zetti, Zinho e Viola. Existiam 3 jogadores de clubes cariocas: Gilmar, Branco e Ricardo Rocha. No entanto, a imprensa carioca não teve o comportamento odioso e imbecil da imprensa paulista que torcia contra.
Dunga estava novamente na Seleção Brasileira numa Copa do Mundo, como capitão e coube a ele levantar a taça. Independentemente do que os paulistas falem, o que ficará guardado para a posteridade, nos livros, nos vídeos, nos museus, é a imagem de Dunga levantando a taça comemorando a conquista suada e épica. 1994 foi uma catarse para o futebol brasileiro. Depois, de termos sido campeões "morais" em 1978, de termos o futebol mais bonito de 1982, 1994 foi a conquista da perseverança e da teimosia. Com Dunga à frente, erguendo a taça, e mostrando que as dificuldades existem sim, que por muitas vezes podemos pensar em desistir, mas, que para aquele que batalha e não se entrega, no fim, tudo dá certo.
Antes de julgarmos o Dunga e sua pessoa, seria bom perceber e entender a sua trajetória... Como ele chegou até aonde chegou? O que ele passou para estar ali? Por que ele está ali? Ele merece estar aonde está?
Portanto, podemos dizer que ele foi um perna-de-pau, que não jogava nada, pois, esse conceito é muito subjetivo... Mas, dizer que o Dunga tem sorte? Que é burro? Incompetente? Aí é demais...
Que eu saiba, sorte, inteligência e competência só aparecem para quem trabalha... nada cai do céu!
É isto. Como diria o Gaguinho: "por hoje, é só pessoal!".
Nesse momento me vem à cabeça um pensamento de Nietzsche sobre a perseverança, sobre as batalhas que enfrentamos em nossa vida. Deixo esse pensamento para vocês. Aproveitem.

"Ninguém pode construir em teu lugar as pontes que precisarás passar para atravessar o rio da vida. Ninguém, exceto tu, só tu. Existem, por certo, atalhos sem número, e pontes, e semideuses que se oferecerão para levar-te além do rio, mas isso te custaria a tua própria pessoa: tu te hipotecarias e te perderias. Existe no mundo um único caminho por onde só tu podes passar. Aonde leva? Não perguntes, siga-o!" (Friedrich Wilhelm Nietzsche).

Em tempo: Sugiro a leitura de três crônicas de Luís Fernando Verissimo sobre o Dunga. São elas: Dunga de Bergerac, O Escolhido de Júpiter e Os Dungas. Quem se interessar me avise que mando as crônicas.

sábado, 2 de maio de 2009

11 anos


Bem, havia de minha parte a intenção de falar sobre a política brasileira hoje, sobre como nossas desesperanças nos afligem e as mudanças não acontecem. Ou sobre a gripe suína. Ou sobre algum filme que gostasse bastante. Ou ainda, sobre algum seriado ou música. Mas, nada disso é mais importante do que assunto que agora irei abordar. É uma obrigação falar de assunto. E essa obrigação me satisfaz muito.

Hoje, dia 2 de maio, eu e Socorro, fazemos 11 anos de casados. Sim, 11 anos. E são 11 anos de lutas, conquistas, amor, amizade, cumplicidade, e alguns percalços que são pequenos perante o que sinto por ela. E que ela, com certeza, sente por mim.

Posso afirmar que não me vejo casado com nenhuma outra mulher que não seja ela. Ela é o meu porto seguro. Aquela à qual dedico todos os meus pensamentos. Se não tivesse casado com ela, possivelmente, não estaria casado. Seria apenas um homem de meia-idade resmungão e chato. Apesar de ter gente que acha exatamente isso, mesmo estando casado com ela. Mas, eu sei, que foi ela que tornou minha vida melhor.

Se me perguntarem qual foi, de todos os dias desses 11 anos de convívio diário, o dia mais feliz que passei com ela, eu diria que não sei. Não sei, porque tivemos ótimos dias ao longo desses 11 anos. Mas, se me perguntarem qual o dia que precisei mais dela, eu saberia responder sem sombra de dúvidas: foi o dia da morte de minha mãe. Nesse dia, ela estava do meu lado; estava lá para e por mim. E isso basta. O ser humano tem a tendência a esquecer os dias felizes. Mas, os dias tristes, sombrios, nunca esquecemos. E tenho que agradece-la por ter estado comigo nesse dia.

Falar da Socorro é uma tarefa fácil e ao mesmo tempo difícil.

Fácil porque quem a conhece, sabe do que estou falando. É quase impossível encontrar uma mulher mais meiga, amiga e sensível do que ela. Paciente com os mais velhos e com as crianças. Nossos sobrinhos e filhos/filhas de nossos amigos, sabem do que estou falando.

Difícil porque qualquer coisa que eu fale aqui não fará jus à real importância da existência dela em minha vida.

Sou uma pessoa que não consegue, às vezes, expressar e dizer o que sinto. Mas, a existência e a importância da Socorro na minha vida é fundamental para minha existência como pessoa. E por isso, por essa importância e fundamentalidade , é que eu a amo. Simples assim. Como as coisas devem ser.
Que possamos ainda comemorar mais 11, 22, 33 e mais anos.

segunda-feira, 27 de abril de 2009

Um Domingo Qualquer

Hoje vou comentar sobre um filme que passa desapercebido. O filme é "Um Domingo Qualquer" de Oliver Stone. A princípio, parece apenas mais um filme sobre futebol americano. Até aparecer essa cena, que, ao meu ver, é fundamental para entendermos algumas situações da vida humana, que mais cedo, ou mais tarde, iremos todos enfrentar.
A cena começa com o técnico Tony D´Amato discursando para motivar o time, tentando acorda-los e prepara-los para a batalha que se seguirá. Fala da união, sobre como o time precisa se curar para vencer as adverdidades do jogo, etc... Mas, de repente, o discurso toma um rumo diferente. O técnico começa a falar sobre sua experiência de vida, que ele perdeu tudo que era importante na vida, que afastou as pessoas que o amavam, e que ele mesmo não podia mais aguentar a si próprio.
Então, aparece a primeira grande lição e verdade do discurso. Na medida que envelhecemos, chega uma parte da vida da gente que começamos a perder as coisas, mas, isso faz parte da vida. Mas, só aprendemos essa lição quando começamos a perder... a lógica dessa sentença é cruel, mas, verdadeira. Quantas e quantas vezes a gente pensa na morte nas nossas vidas? Eu, pelo menos sempre evitei pensar nesse assunto... até começar a ficar mais velho e acontecer a morte de minha mãe. À partir daí, a morte, a perda, esse sentimento de impotência frente a algo que não tem solução, está mais presente... Depois, de minha mãe, seguiram a Marly (uma das melhores amigas de minha mãe), o Antônio Paulo (meu cunhado, irmão da Socorro), e o Seu Antônio (meu sogro, pai da Socorro). Infelizmente, sei que isso acontecerá mais e mais vezes... O sentimento de impotência e tristeza é grande, mas, como diz o técnico no filme: "... mas, isso faz parte da vida."
Depois, aparece outra constatação que é um soco no estômago. Que a partir das perdas, você percebe que a vida se joga aos poucos. Ou seja, vive-se um dia de cada vez. Que a hesitação ou o afobamento, nos faz perder as coisas e as oportunidades. Mas, que tudo que precisamos, está ao nosso redor. E que devemos batalhar por essas "polegadas"... E que a vida é a batalha por essas "polegadas", e que isso é determinante para conseguirmos as coisas. As seis polegadas à nossa frente!
Depois, ele retorna ao time fazendo uma colocação sobre a necessidade da união para vencer as adversidades.
Sugiro que todos assistam o filme, pois, o filme é bom. De qualquer maneira, postei junto ao texto a cena.
Para finalizar, queria deixar para vocês uma frase que fala sobre utopia, mas, que no contexto do assunto pode significar como devemos viver nossa vida. A frase é de um autor latino-americano, autor de "As Veis Abertas da América Latina, Eduardo Galeano: "A utopia está lá no horizonte. Me aproximo dois passos, ela se afasta dois passos. Caminho dez passos e o horizonte corre dez passos. Por mais que eu caminhe, jamais alcançarei. Para que serve a utopia? Serve para isso: para que eu não deixe de caminhar."
É isso! Se perguntarem, qual o sentido da vida, qual o objetivo disso tudo, respondam isso: viver. Esse é o objetivo.
Abraços!

domingo, 26 de abril de 2009

Lançamento


De acordo com meu planejamento, não iria postar nada hoje. Mas, ao receber um email de um grande amigo meu, resolvi fazer esta "edição extra". Me sinto na obrigação de divulgar o livro do Prof. Ramos, que é esse amigo que me enviou o email. O livro dele saiu essa semana pela Editora Atlas, e é uma obra que espelha sua competência e sua dedicação à divulgação do conhecimento e do crescimento intelectual. Quem conhece o Prof. Ramos, sabe do que estou falando. É difícil encontrar um intelectual de trato tão fácil, de conversa agradável, e com uma conversa tão boa. Não é dado à essas "frescuras" que tantos intelectuais do meio acadêmico possuem hoje em dia, tratando o exercício intelectual como uma confraria que possui uma linguagem hermética e complicada. Espero sinceramente que esse seja o primeiro de uma série de livros no qual possamos conhecer um pouco mais dos pensamentos desse ilustre professor. Deixo também a sinopse do livro. Boa leitura!!!

sinopse: Este livro valoriza a monografia como chance de desenvolver capacidades valiosas para toda a vida, recusando-se a vê-la só como o desafio final dos cursos de graduação e pós-graduação. Por isso, ele frisa que a pesquisa científica permite aprimorar os três princípios organizadores da realidade intelectual: conhecimentos (informações organizadas e estruturadas), habilidades (para a transformação do conhecimento em resultados) e competências (compreensão de si e da realidade para saber fazer acontecer). Todos os capítulos têm como pressuposto a visão da metodologia científica como ferramenta para a conquista da autonomia intelectual. A pesquisa não só é uma atividade criativa como também uma mola-mestra do aprender a aprender. Portanto, o texto busca aperfeiçoar as capacidades inerentes ao pensamento crítico, como a análise de dados, a resolução de problemas, a criação de novas idéias e a conexão de informações. Resultado de uma longa experiência acadêmica do autor, este livro aborda o processo ensino-aprendizagem segundo novos paradigmas da ciência e apresenta conteúdos indispensáveis para a elaboração de projetos de monografia, como os tipos de pesquisa, a estrutura do trabalho acadêmico e as normas da ABNT. A maioria dos capítulos ainda propõe atividades complementares visando à construção do conhecimento científico.

sábado, 25 de abril de 2009

Reminiscências de um Sábado


São exatamente 21:35 de sábado. Acabei de chegar da casa dos meus amigos Cléber e Raquel. Juntamente com o Manoel e sua esposa Marly, eu e Socorro passamos uma tarde/noite muito agradáveis. Comemos um ótimo churrasco preparado pelo Cléber que é um ótimo cozinheiro. Mas, o mais legal do evento foi passar um bom tempo conversando com os amigos. E, inevitavelmente, ter boas recordações das coisas e situações que vivemos. As lembranças foram iniciadas numa tomada de decisão sobre qual DVD assistir. Discussão que foi resolvida com a escolha do DVD "Concert for Monserrat". Música boa, de Eric Clapton, Sting, Elton John, Mark Knopler, e etc. Até que a Raquel encontrou um DVD com clips antigos... aí começou uma jornada ao passado.

Assistimos à diversos clips antigos: Chicago, B.J. Thomas, Lobo, Rod Stewart, Bonnie Tyler, USA for Africa, Nikka Costa, Eagles, Vaya Com Dios, até (PASMEM) Patrick Swaze, etc... Não preciso dizer que lembrei de minha infância e de minha adolescência. Foi legal lembrar do descompromisso de quando o mundo era mais simples e menos complicado. Manoel que a idade perto da minha, me ajudou a viajar na máquina do tempo. Viajamos para um tempo que as festas eram americanas: o famoso HI-FI. Para os mais novinhos, o HI-FI era sempre aos sábados de noite, e cada um dos convidados devia levar um prato de alguma coisa... Eu sempre levava pizza de sardinha, que era uma das especialidades de minha mãe. Era imprescindível que o número de meninas fossem igual ou superior ao número de meninos! Tínhamos a ilusão de que se os números fossem iguais ninguém ficaria sozinho. Ou melhor: se a quantidade de meninas fosse maior, alguns , em tese, seriam disputados... Como diria o menino-prodígio: Santa Inocência, Batman! Como naquela época o mundo era menos complicado, nos contentávamos em dançar, e comentar o resto da semana sobre o perfume que a menina estava usando...

Quando passou o clip "We are The World" do USA for Africa, as lembranças ficaram mais vívidas e sérias. Por um momento, o historiador ficou mais presente do que o homem saudoso de uma época que passou. Assisti ao clipe um pouco decepcionado em como a raça humana age e se comporta. O clipe é de 1984, e foi realizado para um projeto que visava minimizar a fome e o caos na África. Juntamente com o Band Aid de Bob Geldof, esses movimentos dos artistas procuraram alertar para a miséria na qual a África estava mergulhada. Foi um movimento feito com boas intenções, mas, que se mostrou inócuo. Hoje, passados 25 anos, a situação na África ainda não é boa. É certo que mudou. E em alguns lugares para a melhor. A África do Sul deu fim ao apartheid, a guerra em Angola acabou, etc. Mas, muita coisa ainda há de ser feita. E todas essas coisas que devem ser feitas necessitam de apoio e de consenso entre os integrantes desse caos. Etnias que guardam ódios seculares, etnias que foram manipuladas pelos colonizadores europeus, diamantes, urânio, petróleo, governos corruptos, guerras civis, genocídios, e outros fatores, são os ingredientes que fazem a África ser o que é hoje. A urgência por mudanças não é de hoje... é secular. E o que foi feito? Ao meu ver, nada! Às vezes, um movimento ou outro resulta em alguma mudança pontual e localizada. E só! Como diria a sábia Plebe Rude: "Até quando esperar?"

É isso! Foi um sábado muito proveitoso. Bons amigos, boa comida, boa música. E o sentimento de revolta, de indignação e de dúvida. E é esse tipo de sentimento que faz a humanidade crescer, mudar... tomara que nunca deixe de ter esse pensamento.

Vou indo... mas, antes gostaria de deixar uma frase que está presente em um filme que fala sobre a África. O filme é "Lágrimas do Sol" com Bruce Willis. A frase é de Edmund Burke: "Para que o mal vença, basta que os homens de bem fiquem de braços cruzados."

Este é o mal de nosso século: a omissão. Enquanto o problema e o sofrimento for do outro, nada fazemos.

Bom domingo! Até a próxima!!!

quinta-feira, 23 de abril de 2009

Clint Eastwood em "Gran Torino"



Segunda passada fui, juntamente com a Socorro, assistir à "Gran Torino", o mais novo filme de Clint Eastwood. Devo confessar que estava um pouco reticente para ver esse filme. Explico. Primeiro, havia lido algumas críticas boas e outras ruins, e estava receoso. Segundo, sou fã do Clint Eastwood. Fã mesmo. Ele, juntamente com Gene Hackman, Al Pacino e Robert de Niro, são os atores que mais gosto e admiro. E por isso, o receio de me decepcionar. Se percebermos a lista de filmes dele, verificamos como é impressionante: Bird, Um Mundo Perfeito, Menina de Ouro, Os Imperdoáveis, Sobre Meninos e Lobos, etc. Mas, enfim, fomos assistir. E gostei bastante. No filme, vemos a imagem de uma América atual e decadente. O personagem principal, Walt Kowalski, é um anacronismo numa sociedade americana que sofreu inúmeras transformações. Boas e ruins. É um típico "White Man" norte-americano: lutou na Coréia, xenófobo, distante dos filhos, arraigado às raízes. A sociedade ao seu redor está se transformando. Na sua vizinhança, apenas ele está lá. O bairro é dominado pelo coreanos e pelos mexicanos. Seus netos possuem um comportamento completamente errado de acordo com seus valores. Seu melhor amigo é uma cadela que é sua inseparável companheira. Como em "Menina de Ouro", Clint Eastwood questiona o posicionamento da Igreja em frente aos problemas contemporâneos.

Os seus vizinhos coreanos também estão no mesmo barco: são forçados a se posicionar pela gangue de coreanos que querem cooptar o filho mais novo. O ritual de iniciação seria o roubo do carro de Walt, um Ford Gran Torino 1972. Esse carro simboliza uma América de outrora, mais poderosa. Uma América que não existe mais. Walt, ao enfrentar a gangue, torna-se um improvável herói para a comunidade coreana. Nesse momento, o filme espelha-se em "O Cavaleiro Solitário", no qual a comunidade necessita de alguém que dê um basta, que possa catalizar o sentimento de enfrentamento aos inimigos. Mas, esse tipo de posicionamento, sempre resulta em perdas. Nesse momento, a mensagem é que toda ação pressupõe uma reação.

Em dado momento, Walt percebe que as coisas precisam ter um fim, um basta, para que possam mudar e continuar de um outro jeito que não fosse aquele. Nesse momento, o filme lembra "Os Imperdoáveis", pois, passa a mensagem de que a violência é necessária para resolver uma questão violenta. E, então, ele prepara-se para o embate final. Despede-se de sua cadela, faz a sua confissão com o padre, e coloca Thao em segurança para que ele não seja maculado no que estar por vir. Quando tudo parece caminhar para um enfrentamento violento e sangrento como em "Os Imperdoáveis" e em "O Cavaleiro Solitário", acontece um anti-clímax: ele é morto pela gangue, que achava que ele iria sacar e atirar neles. Quando na realidade ele foi ao duelo completamente desarmado. Todos são presos. E a comunidade de quem ele era o herói, une-se para denunciar os criminosos. Esse final, ao meu ver, é perfeito para o filme. Para Walt, que estava velho, sentindo saudades de um tempo que passou, poder ajudar a Thao e Sue era tudo o que ele poderia almejar àquela altura de sua vida. Sentir-se útil e com um objetivo. A comunidade coreana uniu-se em torno da morte de Walt para denunciar a gangue, extirpando assim o mal que vivia entre eles. Thao e Sue conseguem se libertar do mal que os rondava.
Nas cenas finais, na abertura de seu testamento, Walt deixa sua casa para a paróquia e o Ford Gran Torino para Thao. Nesse momento, eu percebo o simbolismo da passagem do novo para o velho. Ou melhor, da união do novo, representado por Thao, com o velho, na figura de um Ford Gran Torino. A cena do carro sendo dirigido por Thao, ao longo da costa é belíssima e dá a sensação de amplidão, das possibilidades que a sociedade pode ter ao unir o novo ao velho.
Sugiro à todos que assistam ao filme e tirem suas conclusões.
abraços. Como diria o Gaguinho: "Por hoje é só pessoal!".